quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Diferença entre depressão e tristeza


The I at center of the storm - Sharon Yamamoto
Como saber se o que você está sentindo é um momento de tristeza ou já se desenvolveu para um quadro de depressão? Nem sempre é fácil distinguir depressão de tristeza, mesmo porque ambos os quadros levam a atitudes de introversão e recolhimento. Outra dificuldade, é que a tristeza é um dos componentes da depressão, mas não o único. Em muitos aspectos elas se misturam e se confundem.
A tristeza pode ser traduzida como um sentimento de pesar, de dor psíquica, de luto. Ela é o resultado de alguma vivência de perda ou de frustração com bastante significado na vida da pessoa. Ao contrário da depressão, a tristeza traz um certo colorido à existência humana. É um acontecimento normal na vida de qualquer um de nós, e diria até que necessário em muitos momentos, uma vez que nos convida a olhar para o que realmente importa em nossa alma.
A depressão já configura um estado mais crônico e profundo da dinâmica psíquica. É um estado em que a vida afetiva perde seu tônus, sua força, e em consequência, boa parte da sua plasticidade, do seu movimento. No estado depressivo, existe grande dificuldade para se recuperar o prazer, a alegria e outros afetos. A tristeza pode ou não fazer parte da depressão: ao invés disso, a pessoa pode relatar uma ausência total de sentimentos. Geralmente a depressão produz perda de energia para tomar atitudes do cotidiano, desinteresse, falta de motivação, apatia, indecisão e dificuldade de concentração. A perda de sentido oferece ainda uma perspectiva distorcida e negativa da realidade, um olhar mais pessimista para a vida.
É comum também ocorrer na depressão alterações em algumas funções fisiológicas, como no sono (desenvolver insônia ou dormir demais), perda do apetite, muito cansaço, precisando de maior esforço para realizar as atividades do cotidiano, além da diminuição da libido ou do desempenho sexual.
E o que é preciso estar mais atento, é que na depressão, ao contrário da tristeza, pode gerar ideias sobre a própria morte e, nos casos mais graves, intenções suicidas de fato.
Tratamento: na depressão, por ocorrer alterações químicas no cérebro, é necessária uma intervenção medicamentosa junto com a psicoterapia, processo o qual levará o indivíduo a reencontrar sentido e movimento para a própria vida. Já a tristeza, não precisa ser inibida com medicações. E aqui vai um toque: os períodos de tristeza não podem ser encarados como patologia. Infelizmente, hoje em dia tornou-se hábito a procura por remédio para todo desconforto emocional. É preciso resgatar a lembrança que os altos e baixos fazem parte da vida, e mais, são combustíveis para a alma! São nos períodos de tristeza, luto e desconforto é que nós reciclamos e revitalizamos o que realmente importa na nossa vida. Não precisamos ter medo das nossas fases sombrias, ao contrário, vamos prestar atenção ao que elas podem nos oferecer.

Alessandra Munhoz Lazdan
CRP 06/69627

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